Recarga rápida: pit stop na Fórmula E deve acontecer em 2024
Após ser adiada em 2023, a recarga rápida deve fazer a sua estreia oficial na 10ª temporada da Fórmula E

Depois de dúvidas em relação ao pit stop, a ideia da recarga rápida deve acontecer na 10ª temporada da Fórmula E em 2024, marcando o retorno da visitação dos pilotos aos boxes no meio das corridas.
A ideia já está inclusa dentro do regulamento desportivo da categoria desde 2022 e passou por algumas transformações ao longo do tempo, mas após um encontro especial entre membros das equipes na semana seguinte ao E-Prix de Londres, o sinal verde foi dado para que o Attack Charge - nome dado ao carregamento rápido - seja incluso nas corridas.
Contudo, segundo o site The Race, ainda não está claro se isso será aplicado em todas as etapas do calendário de 2024 ou somente em corridas selecionadas. O objetivo principal é que seja utilizado em todas as provas.
O pit stop vai funcionar em uma janela específica dentro da corrida e isso será decidido antes do início do evento. Os pilotos não poderão realizar o Attack Charge em condições de safety car ou full course yellow (pista toda com bandeira amarela).
Inicialmente, a recarga rápida seria inclusa em 2023, mas foi adiada para que mais testes pudessem ser realizados e a novidade não fosse inserida com uma temporada em andamento. A decisão foi apoiada amplamente pelos chefes de equipe, já que a nona temporada marcou o início do Gen3 e todos estavam lidando com carros e pneus novos, além de um trem de força mais potente.

A recarga rápida deve proporcionar novas dinâmicas as corridas (foto: Formula E)
O vice-presidente da Porsche Motorsport, Thomas Laudenbach, falou sobre o assunto:
“Nós queríamos ter a recarga rápida, mas ao mesmo tempo, não queríamos que fosse inserida no meio da temporada. Acho que foi sensato deixar para o próximo ano e agora temos que trazer essa novidade”, disse.
Laudenbach acrescentou que a confiabilidade da recarga rápida era uma preocupação primária e uma das razões pelas quais a Porsche foi tão inflexível para a não introdução no meio da temporada.
“Isso é algo muito importante e, se a gente não tiver certeza de que funciona, preferimos adiar. Todas as equipes seguem com o pensamento de que isso só deve ser incluído no campeonato quando estivermos convencidos de que está pronto. Adiar como fizemos este ano não é bom. Mas é melhor do que um campeonato ser decidido por uma falha técnica onde o competidor não pode fazer nada”, explicou.
A implementação do pit stop vai devolver um cenário para a Fórmula E que não acontecia desde o fim do Gen1, onde devido à tecnologia limitante da época, a bateria não aguentava uma corrida por completo e os pilotos precisavam retornar aos boxes para trocar de carro.
A ideia de uma parada obrigatória pode gerar uma nova dinâmica para as corridas da Fórmula E, estimulando novas estratégias por parte das equipes.
A temporada de 2023 entregou muitas disputas dentro da pista, principalmente com os novos traçados. Entretanto, com um carro mais potente, o Modo Ataque não se mostrou tão efetivo quanto era na época do Gen2.
Uma combinação entre Attack Charge e Attack Mode pode ser uma possibilidade e a Fórmula E já está trabalhando com simulações para ver como as corridas serão afetadas, especialmente em pistas mais curtas. Há uma preocupação de que as paradas comprometam o entretenimento proporcionado em traçados mais frenéticos.
“Devemos ter muito, muito cuidado em como isso afetará o formato esportivo que já temos com a Fórmula E e é algo que estamos analisando. Estamos estudando modos diferentes para isso ser implementado de maneira que acrescente algo a mais na dinâmica da provas”, disse o diretor esportivo da FIA, Marek Nawarecki.

Chefe da McLaren durante coletiva de imprensa em Londres (foto: Formula E)
Ian James, chefe de equipe da McLaren e também presidente da Associação de Equipes da Fórmula E, mostrou-se favorável à ideia e afirmou que, por mais que sempre existam incertezas, a categoria não pode ter medo de tentar algo novo.
“É claro que temos que ter cuidado, mas ao mesmo tempo não podemos ser muito conservadores. Nós temos que continuar avançando e a recarga rápida sempre esteve no roteiro do Gen3”, disse.
James destacou a importância de que todos os testes necessários sejam feitos para que o produto atinja o nível ideal, para assim ser inserido nas corridas de forma que funcione de maneira efetiva.
“Uma coisa sobre a qual temos sido muito claros, em relação a tudo que envolve o Gen3 evo e as discussões sobre o Gen4, é que qualquer direção que tomemos, especialmente do ponto de vista técnico, seja para acrescentar algo significativo à categoria. É fundamental que nada seja feito somente por fazer”, afirmou.
Apesar de não confirmado, muito é especulado sobre o fim do Modo Ataque caso a recarga rápida dê certo. Embora acredita-se que, em um primeiro momento, ambas as coisas serão mantidas na 10ª temporada.
Informações mais concretas sobre o tempo de duração desse pit stop e detalhes mais técnicos em relação ao Attack Charge devem vir a público no final de outubro, quando será realizada a pré-temporada da Fórmula E em Valência.
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