Lola firma contrato com a Fórmula E até 2030
Otimista com o futuro, Lola fará a sua estreia na Fórmula E como fabricante de trem de força em 2025, mas já garantiu a permanência até o final da próxima geração de carros da categoria elétrica

A parceria entre Lola-Yamaha foi anunciada em março desse ano como fabricantes de trem de força e com estreia confirmada para 2025. Tempos depois foi revelado que a ABT Cupra seria a equipe cliente do mais novo fabricante de motor elétrico da Fórmula E.
Na manhã desta segunda-feira (3), mais um capítulo foi escrito com a Lola confirmando que fechou um contrato com a FE até 2030, o que significa que a presença da marca está garantida durante a segunda parte do Gen3 e até o final do Gen4.
A notícia pegou muitos de surpresa, uma vez que ainda nem tivemos a chance de ver o trem de força da equipe em ação. Entretanto, a Lola enxerga a Fórmula E como um caminho bem promissor para desenvolver as tecnologias automotivas da marca.
"A base inicial será a Fórmula E, porque podemos explorar a questão de potência no motor elétrico e o software de regeneração de energia, que é o foco principal", revelou Mark Preston, diretor de corrida da Lola.
Os planos da marca são ambiciosos, já que pretendem expandir para outros projetos no futuro com Le Mans sendo um forte candidato para o próximo passo, porque foi onde a Lola construiu boa parte de sua história.
"O uso da tração nas quatro rodas no Gen4 e também o fato de estarmos trabalhando com um trem de força altamente eletrificado nos convém e esperamos conseguir levar o conhecimento que estamos aprendendo aqui na Fórmula E para outras categorias no futuro, especialmente, porque este será um carro muito potente", disse.
Os regulamentos do Gen4 introduzirão um carro de Fórmula E muito mais potente e há a probabilidade de mais autódromos serem usados para evidenciar o seu ritmo e aceleração explosiva.
A confiança da Lola na Fórmula E, vem da experiência de Mark Preston e de Keith Smout, que integram a equipe focado na parte de corridas e que tiveram um período de sucesso dentro da Techeetah de 2016 a 2022, equipe que foi muito vencedora dentro da categoria elétrica, especialmente no Gen2, mas que deixou a Fórmula E após a DS se juntar a Penske.
Juntamente com a parceria firmada com Renault e DS, a dupla Preston e Smout estiveram nas conquistas de três títulos de pilotos e dois campeonatos por equipes da extinta Techeetah. Agora, eles se juntam a Lola com todo o seu conhecimento de mercado e de como a Fórmula E funciona, para contribuir com o triunfo do projeto de fornecedor de trem de força para a ABT.
Além disso, a Lola também conta com uma equipe técnica experiente que inclui o ex-designer da McLaren e da Williams, Mark Tatham, como diretor técnico; e o ex-engenheiro da HWA e da Mercedes-Benz, Michael Wilson, como diretor administrativo.

E-Prix de Xangai 2024 (Foto: Simon Galloway/Formula E)
Os níveis de gastos da Fórmula E são fixados em 13 milhões de euros por temporada, com certas exclusões de custos que servem para atender aos compromissos contratuais existentes. Contudo, a partir da próxima temporada o nível de gastos aumentará para 15 milhões de euros por temporada – sem incluir o salário dos pilotos.
Há também um fundo separado, com um gasto em torno de 25 milhões de euros por temporada, que rege o investimento dos fabricantes em desenvolvimento relacionado aos motores elétricos e outras tecnologias. Incluindo o gasto com pesquisa, atividades de fabricação e serviços obrigatórios contínuos para apoiar as equipes clientes da Fórmula E.
“Acho que desde quando a Fórmula E começou, a proposta sempre foi ser um campeonato de automobilismo mais inclusivo. Isso significa que não se trata das equipes mais ricas encontrarem o seu caminho no topo, mas sim, todas terem a chance de evoluir. Foi isso que atraiu tantos fabricantes, além de ser mais inclusivo para marcas menores", disse Jeff Dodds, CEO da Fórmula E.
Além da entrada da Lola-Yamaha, muitas equipes fabricantes do grid já renovaram os seus contratos até 2030, como a Nissan, Jaguar e Porsche. Não há indícios de saída da Stellantis, portanto, é esperado que DS e Maserati permaneçam também. ERT e Mahindra já anunciaram que possuem projetos de desenvolvimento para os próximos anos e por mais que uma nota oficial ainda não tenha sido divulgada, tudo indica que ainda veremos ambas as equipes no grid por um bom tempo.
“Há um grande fluxo de tecnologia (na Fórmula E) com softwares avançados e coisas que combinam perfeitamente com o que queremos fazer na Lola e nós buscamos por essas inovações", finalizou Preston.
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