Lola Cars e Yamaha fecham parceria técnica para entrada na Fórmula E em 2025
Lola Cars se junta a Yamaha, para fazer o seu retorno ao cenário do automobilismo internacional na 11ª temporada da Fórmula E.
TEXTO ATUALIZADO - 27/03/2024 - 23:57
O site The Race havia informado na terça-feira (26), que após apurações foi descoberto que a empresa Lola Cars programou testes com o Gen 3 durante o verão no hemisfério norte, após se registrar como fabricante oficial da Fórmula E no começo deste ano.
A oficialização veio na quarta-feira (27), dois dias antes do E-Prix de Tóquio, quando a Fórmula E confirmou a entrada a Lola como parceira técnica, porém, revelaram que a empresa não vai entrar sozinha, mas sim, junto com a Yamaha. A ideia é que ambas as empresas atuem juntas no desenvolvimento de um trem de força que será utilizado por uma das equipes integrantes do grid atual da categoria.
Till Bechtolsheimer, piloto do IMSA e empresário britânico radicado nos EUA, adquiriu a Lola em 2022 e vem explorando o cenário do automobilismo procurando meios de se vincular a algum campeonato internacional.
A Fórmula E acabou chamando a atenção do empresário, após ele comparecer no E-Prix de Nova York em 2022. Desde então, Bechtolsheimer esteve presente no E-Prix de Londres na temporada passada e na abertura da temporada de 2024 na Cidade do México, onde acredita-se que ele participou de reuniões para se apresentar aos chefes das equipes.
A Lola vem fazendo fortes contratações desde o ano passado, conseguindo contratar Mark Preston e Keith Smout, nomes importantes que integraram a Techeetah - equipe que deixou o grid da Fórmula E em 2022, após fim da parceria com a DS, que atualmente opera junto com a Penske.
Além disso, a Lola também conta com uma equipe técnica experiente que inclui o ex-designer da McLaren e da Williams, Mark Tatham, como diretor técnico; e o ex-engenheiro da HWA e da Mercedes-Benz, Michael Wilson, como diretor administrativo.
A Fórmula E se mostrou um caminho viável para Bechtolsheimer, que se especializou na área de eficiência energética, portanto, basta juntar todos os pontos para compreender o interesse em colocar a Lola dentro da categoria.
“O automobilismo desempenha um papel significativo na inovação e no teste de novas possibilidades. Na Lola, esperamos desenvolver e fornecer investimentos para essas inovações”, disse.
A ERT pode ser uma das opções de parceria da Lola (Foto: Formula E)
Por mais que não seja a mesma Lola, que foi fundada em 1958 por Eric Broadley e venceu três Indy 500, bem como inúmeros campeonatos e corridas com diversos clientes em várias categorias como na F3, Fórmula Nippon, F3000; assim como tampouco é a Lola de Martin Birrane, que assumiu a empresa em 1997 e presidiu durante um período de sucesso como fabricante dentro de Le Mans, sendo que anos mais tarde até tentou ingressar na Fórmula 1. Pode se dizer, que é uma Lola que busca reencontrar o seu caminho visando o futuro.
No caso da Yamaha, a entrada na Fórmula E será um retorno as corridas de fórmula, já que a última tentativa foi em 1997 na Fórmula 1. Apesar desse tempo afastada do automobilismo, a marca não se manteve longe do mundo da velocidade, fazendo o seu nome dentro de competições como a Moto GP.
Heiji Maruyama, diretor executivo e diretor da Yamaha, disse que decisão de entrar na Fórmula E vem de um desejo de desenvolver novas tecnologias mais sustentáveis.
"A Yamaha Motor Company está acelerando a pesquisa e o desenvolvimento de diversas tecnologias que contribuem para a sustentabilidade. Como parceiro técnico, esperamos contribuir com tecnologias de gestão de energia mais avançadas e a Fórmula E é o melhor lugar para isso. Nossas ideias são similares as ideias da Lola, então, estamos muito honrados em formar esta parceria com eles", disse.
Apesar de ainda não ter informações de qual equipe a Lola Cars fará parceria, o The Race revelou que a empresa teve conversas com a ERT, a MSG (que gere a equipe Maserati) e a ABT Cupra.
Vale lembrar que a Fórmula E ainda possui uma 12ª vaga no grid devido a saída da Audi em 2021 e por mais que a Lola e a Yamaha estejam ingressando apenas como fabricantes, nada impede que possam futuramente unir forças para criar uma equipe própria ou até mesmo fornecer o trem de força para um novo time.
Em meio as novidades e especulações, a única certeza que fica é que após o encerramento da 10ª temporada da Fórmula E, a silly season deverá ser bastante agitada.
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