Pascal Wehrlein sobre vitória no México: “Foi um alívio”

Em entrevista, Wehrlein comemora o bom início de temporada, fala sobre evolução no segundo ano do Gen3 e destaca: “Todo mundo está ficando mais à vontade com o carro.”

O ano de Pascal Wehrlein não poderia ter começado melhor. O piloto da Porsche teve um final de semana quase perfeito na estreia da 10ª temporada da Fórmula E no E-Prix da Cidade do México. Além de ter conquistado a pole, Wehrlein foi dominante na corrida e foi o primeiro a avistar a bandeira quadriculada. Por pouco, ele não deixou o México com a volta rápida também, mas Nick Cassidy levou o ponto extra ao fazer 1m14s746 em comparação aos 1m15s302 de Pascal.

Dias após a vitória, Wehrlein conversou com alguns veículos jornalísticos e o Entre Fórmulas esteve presente para falar com o alemão. 

Logo no início, Pascal falou sobre a importância de ter começado bem no México, ainda mais por conta da classificação, que é um dos pontos de atenção da equipe para a temporada. Em 2023, vimos Wehrlein ter um começo de ano muito forte, mas erros e uma grande sequência de desempenhos ruins na classificação prejudicaram o piloto na briga pelo título. 

“Uma das nossas prioridades para esse ano é manter um bom nível na classificação. O que me deixou muito feliz com a vitória do México foi ver que eu fui bem justamente nisso. Claro que eu preciso ver como será com as outras pistas, mas eu estou muito orgulhoso do que fizemos no México. Eu me senti aliviado por ter conseguido a pole position, porque antes da primeira corrida da temporada você nunca tem uma noção real do seu progresso e do quanto os seus adversários evoluíram. Ter conseguido esse resultado positivo no México foi um alívio, ainda mais por ter sido um dos nossos maiores problemas no ano passado”, disse. 

O Entre Fórmulas perguntou a Pascal sobre como ele está se sentindo em relação ao carro após já ter competido nele ao longo de uma temporada completa e contando com os testes privados e a pré-temporada em Valência. 

O piloto destacou a curva de aprendizado que todas as equipes estão passando e que há uma compreensão maior do que fazer. 

“Você fica mais confortável quanto mais você dirige o carro. Esse carro estreou no ano passado e tem muitas coisas para assimilar e evoluir. Sempre no primeiro ano de algo novo é onde você mais precisa aprender. Nós como time aprendemos muito e através desse aprendizado a gente entendeu onde precisávamos melhorar na performance.”

Pascal Wehrlein celebrando a vitória no E-Prix do México

(foto: Sam Bagnall/Formula E)

Pascal evidenciou a questão dos tempos, apontando que só pela corrida do México foi possível notar que o pelotão andou muito próximo - com exceção dos carros que estavam na briga pelo pódio, que abriram uma certa vantagem em relação aos demais por conta da configuração da pista e do impacto do ar. 

“Todo mundo está ficando mais à vontade com o carro. Se você reparar no tempo entre um carro e outro, ele já está menor. Durante a classificação, antes dos duelos, eu fiquei em quarto lugar no meu grupo e eu estava a menos de um décimo de diferença em relação ao P1. Tudo está ficando mais próximo e é por isso que é ainda mais importante dar os pequenos passos necessários para evoluir, porque dois décimos podem fazer uma diferença gigante na Fórmula E”, contou. 

No final do mês, a Fórmula E vai correr na Arábia Saudita em um dos circuitos favoritos dos fãs da categoria por ser - até o momento - a única corrida noturna do calendário. 

O Entre Fórmulas perguntou ao Pascal sobre como é correr no E-Prix de Diriyah, se algo muda na preparação para essa corrida e como é a percepção de um piloto dentro de pista ao correr à noite. 

“Eu gosto muito da pista da Arábia Saudita e para mim é um dos pontos mais. Eu adoro corrida noturna, inclusive, quando a gente corre a noite a sensação que dá dentro do carro é que tudo é ainda mais rápido. Para o piloto não muda muito na preparação, acho que o que a gente faz de diferente é mudar a viseira do capacete para ter uma melhor visibilidade.”

Apesar de para os pilotos não fazer tanta diferença, Wehrlein destaca que em relação ao carro há sim algumas mudanças significativas. Na Arábia Saudita, eles entram na pista de dia e a noite, onde as condições de vento e temperatura variam bastante.

“Uma coisa que é única nessa pista é que os treinos livres e a classificação acontecem de dia, no momento em que a pista é mais quente. Já a corrida acontece à noite quando a pista está mais fria. Então, as mudanças que precisam ser feitas na configuração do carro são maiores se comparado com outras pistas do calendário”, disse. 

Wehrlein om o troféu de pole position no México

(foto: Sam Bagnall/Formula E)

O piloto também falou a respeito sobre o gerenciamento de energia, porque na temporada passada houveram alguns momentos em que parecia que ninguém queria liderar a prova, justamente, para poder ter mais energia para disputar posições com mais afinco da metade da prova para frente. 

Quando perguntado se achava que isso iria se repetir em 2024, Pascal Wehrlein comentou que isso vai se repetir em determinadas pistas que exigem um pouco mais do carro. 

“Eu acho que isso varia muito de pista para pista. O México, por exemplo, é uma pista onde a classificação é muito importante, porque ultrapassar lá não é tão simples. Então, você precisa pelo menos largar dentro do Top 5. Se a gente olhar mais pra frente temos Berlim e Portland, que deverão ser bem similares ao ano passado, são lugares que permitem muitas ultrapassagens e uma dinâmica maior na corrida”, explicou. 

Wehrlein finalizou a conversa, destacando o comprometimento e foco da equipe Porsche como um todo, pensando em etapa por etapa de forma que consigam fazer uma sequência boa ao longo da competição para chegar na reta final dela brigando pelo título. 

“Eu sei que a gente tem um equipamento forte, mas o foco é conseguir extrair o melhor do nosso carro de acordo com o tipo de pista que a gente estiver, que foi algo que nem sempre acertamos na temporada passada. Contudo, eu acho que esse ano temos uma melhor compreensão do que temos que fazer para termos uma boa temporada.”