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Pascal Wehrlein é campeão da temporada de 2024 da Fórmula E

Pascal Wehrlein conquistou o título de campeão mundial da Fórmula E em uma corrida digna de roteiro de filme, repleta de tensão, disputas e reviravoltas do começo ao fim; a Jaguar ficou com o título por equipes


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Pela primeira vez em 10 anos de existência da categoria elétrica, um alemão foi coroado campeão. Pascal Wehrlein teve um final de semana praticamente perfeito em Londres e conseguiu lidar com a pressão de disputar o título com Nick Cassidy e Mitch Evans.


Wehrlein venceu a corrida de sábado e dividiu o pódio com Evans (P2) e Buemi (P3). Na etapa de domingo, as coisas ficaram apertadas durante a classificação, onde os três postulantes ao título avançaram para a fase de duelos e Cassidy conquistou a pole position conquistando três pontos. Por conta disso, a diferença entre Evans, Wehrlein e Cassidy na briga pela taça do campeonato mundial ficou em apenas 4 pontos.



A CORRIDA


Mitch Evans fez uma boa largada, passando de Max Günther e assumindo a segunda posição atrás de seu companheiro de equipe, Nick Cassidy. Enquanto isso, Wehrlein se manteve na quarta posição atrás de Günther.


O primeiro acidente ocorreu na segunda volta, quando Jake Dennis e Edoardo Mortara foram direto para a barreira na curva 3, marcando o final de corrida para ambos. Foi necessário a entrada do safety car.


Depois da saída do carro de segurança, a corrida seguiu com as primeiras estratégias sendo debatidas no rádio. Contudo, após uma batida envolvendo Sam Bird e Jehan Daruvala, o safety car entrou novamente em ação para que o carro do piloto da McLaren pudesse ser retirado. Daruvala também sofreu danos, mas conseguiu dirigir até o pit lane.


A corrida foi retomada na volta 10 e a partir daí começou uma constante discussão no rádio de Evans e Cassidy com os seus engenheiros. Os pilotos tentavam alinhar as estratégias, mas claramente cada um tinha uma visão do que poderia ser feito.


Nick foi o primeiro a fazer a ativação do Modo Ataque, porém, isso gerou irritação a Mitch Evans, porque ele segurou o Wehrlein e esperava que o Cassidy deixasse ele passar na frente para que também pudesse fazer a ativação nas voltas seguintes sem que a Jaguar comprometesse as duas primeiras posições que ocupavam. Na volta 13, Cassidy passou pela zona de ataque pela segunda vez e ficou atrás de Evans e Wehrlein.


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O pelotão logo após a largada da última corrida temporada

(foto: Sam Bagnall/Formula E)


A Porsche aproveitou o momento para pedir para o Wehrlein pressionar o Evans e as duas equipes adotaram a estratégia de esperar o piloto da outra equipe ativar o Modo Ataque para só assim ativar também, com isso, a ativação foi ficando cada vez mais tardia, o que tornou tudo ainda mais tenso.


O drama ficou completo quando Nick Cassidy sofreu um contato de António Félix da Costa e furou o pneu na volta 29, isso o deixou mais lento na pista, fazendo com que Max Günther - que vinha atrás - batesse na traseira de seu carro e o fizesse girar na pista. Cassidy teve que ir para os boxes para trocar os pneus, caiu para o fundo do grid e viu a sua chance de ganhar o título ir embora.


O safety car entrou na pista no momento em que Evans e Wehrlein estavam indo ativar o Modo Ataque, portanto, a ativação não contou e quando o carro de segurança foi recolhido, eles perderam a liderança para Oliver Rowland. Depois ambos conseguiram com sucesso fazer a sua ativação e Wehrlein pode contar com a ajuda de Da Costa, que escalou o pelotão para impedir que outros pilotos pudessem se tornar ameaças para o seu companheiro de equipe.


Nas últimas voltas, mais drama foi adicionado na disputa, porque Evans precisava fazer a sua segunda ativação de energia extra e ele tentou fazer isso na volta 34, mas não completou corretamente o percurso da zona de ativação. Como resultado, ele teve que dirigir pela zona de ataque novamente uma volta depois, o que significou que ele perdeu o segundo lugar que ocupava para Wehrlein, enquanto Rowland assumiu a ponta. A essa altura, Cassidy abandonou a prova de vez e as voltas adicionais - que ocorreram devido a entrada do safety car - estenderam a corrida até a volta 37.


Com a ativação tardia do Modo Ataque, Evans teve que desacelerar na última volta, já que devido ao regulamento da categoria, um piloto é desclassificado se cruza a linha de chegada com tempo de potência extra disponível e como a Jaguar estava na briga pelo campeonato de equipes não teve outro jeito.


Momentos antes de todo esse ocorrido, Evans até chegou a recuperar a liderança, mas com toda a confusão gerada por causa do problema com a ativação, ele acabou perdendo espaço para o Rowland e, consequentemente, Wehrlein que passou pela bandeira quadriculada na segunda posição e se tornou o campeão da 10ª temporada da Fórmula E.




ENTREVISTAS PÓS CORRIDA


"A corrida foi difícil. Superamos a nós mesmos hoje. Londres nunca foi uma pista que combina com o nosso carro. Estou muito feliz por mim, mas ainda mais pela equipe. Quando você chega nesse momento, você sabe que tem uma chance. A gente sabia que tudo se resumia a ontem e hoje e que tínhamos que estar focados. Todos os dias, quando eu me levantava e ia para a cama, eu dizia a mim mesmo: 'eu posso fazer isso, nós podemos fazer isso'. Estou muito orgulhoso de todos na equipe", disse Wehrlein emocionado com a conquista do título.


"Foi algo completamente fora do meu controle. Eu não consigo colocar em palavras o quão devastado eu estou", confessou Cassidy segurando as lágrimas ao falar com a imprensa.


Tanto Evans, quanto Cassidy ficaram insatisfeitos com as estratégias da Jaguar, justamente, porque cada um queria uma coisa e no meio do fogo cruzado, a equipe é quem toma decisão final e devido a pressão do momento, talvez, as coisas não tenham sido conduzidas da melhor maneira.


"Eu disse aos caras antes da corrida que só havia uma maneira de eu não vencer a corrida e isso era a estratégia do modo de ataque. A equipe me disse que algo iria acontecer e que eu deveria pegar o modo ataque, mas acabou que o que me falaram não aconteceu e isso me deixou em uma situação na corrida que eu não queria ter que passar", disse em relação a ideia de que era para ele e o Evans ativarem a energia extra ao mesmo tempo para que não perdessem suas posições, o que não aconteceu na corrida já que a estratégia executada em pista foi outra.


Embora os pilotos da Jaguar tenham ficado extremamente decepcionados e frustrados, o clima agridoce tomou conta da equipe, porque apesar de tudo o time conquistou o seu primeiro título na Fórmula E já que foram campeões por equipe.


Além disso, horas mais tarde mais um título veio. António Féix da Costa foi punido em 5 segundos pela colisão com Nick Cassidy. Como resultado, Da Costa saiu da zona de pontuação e a Jaguar levou o título de construtores/fabricantes (somando a pontuação da Jaguar e da Envision no campeonato) com o trem de força da equipe superando o da Porsche (que conta com a somatória da pontuação da Porsche e da Andretti).


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Pascal Wehrlein celebrando o título no parc fermé

(Foto: Alastair Staley/Formula E)


A Fórmula E retorna com os testes de pré-temporada em novembro em Valência, dando início aos trabalhos da segunda fase do Gen3, o Gen3 Evo.


Vale lembrar, que para a próxima temporada as equipes vão poder fazer atualizações em seus trens de força, mudar de fornecedor e outros pontos que nessa temporada não foi permitido devido ao congelamento que acontece no regulamento técnico de um ano para o outro.


A estreia oficial da 11ª temporada da Fórmula E será no Brasil no dia 7 de dezembro com o E-Prix de São Paulo abrindo o campeonato.

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