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McLaren de saída da Fórmula E; equipe deve funcionar sob novo nome em 2026

Atualizado: 24 de abr.

Ian James, chefe de equipe e diretor da McLaren FE, está em negociação com possíveis parceiros para manter toda a operação e a vaga, após a NEOM não renovar e Zak Brown decidir focar em outros projetos



O nome McLaren está com os dias contados na Fórmula E. A partir de 2026, a equipe deve passar por uma transformação completa, incluindo novo visual, identidade e aporte financeiro para continuar na categoria para a era Gen4.


Durante o E-Prix de Jeddah, em fevereiro, o portal The Race apurou que o CEO da McLaren, Zak Brown, informou o chefe da equipe, Ian James, que os papayas não continuariam no Gen4 e que o mesmo deveria ir em busca de outras parcerias comerciais, de nomenclatura e também de fabricante.


A atual equipe McLaren na Fórmula E surgiu após a aquisição da operação da Mercedes EQ, em 2022, com apoio majoritário da NEOM — iniciativa saudita voltada à construção de uma cidade futurista.


Apesar da mudança no nome, toda a operação que era gerida pela Mercedes anteriormente foi mantida, incluindo membros técnicos e o chefe de equipe, Ian James, que além de comandar o time também se tornou um dos quatro diretores da McLaren Electric Racing Ltd, possuindo assim, uma parte da licença da marca na divisão elétrica.


O contrato com a NEOM, que valia até o fim de 2026 com opção de extensão por mais quatro anos, não deve ser renovado. Essa decisão acelerou o reposicionamento estratégico da McLaren de ingressar no programa de hypercar da WEC, com foco nas 24 Horas de Le Mans.


Mais detalhes sobre o projeto de endurance devem ser revelados em junho durante a edição deste ano das 24 Horas de Le Mans. A expectativa é que o anúncio inclua a entrada de James Barclay — chefe de equipe da Jaguar na Fórmula E que deixará o cargo no final dessa temporada — como líder do novo programa de corridas de resistência da McLaren.


Ian James celebrando a vitória de Sam Bird no E-Prix de São Paulo em 2024

(Foto: Sam Bagnall/Formula E)


Já no caso de Ian James, o mesmo tem concentrado seus esforços em manter viva a equipe na Fórmula E, ainda que sob um novo nome. A ideia é dar continuidade à licença esportiva iniciada em 2018, quando a operação ainda se chamava HWA Racelab, antes de passar por Mercedes e McLaren.


Desde o início de 2025, Ian James está em busca novos investidores com o objetivo de relançar a equipe na era Gen4. Ele fez reuniões com todos os fabricantes homologados para o novo regulamento técnico e está confiante de que manterá a estrutura quase intacta, dependendo apenas de capital externo, tendo como objetivo fechar um novo acordo com um fabricante até o final de maio.


"Se olharmos para o que temos hoje com Nissan, Porsche, Jaguar, Yamaha e Lola já confirmadas para a Gen4, a Fórmula E tem uma base sólida. Eu ficaria surpreso se a Stellantis também não formalizasse algo em breve. Com 11 equipes no grid, estamos numa posição saudável. Agora precisamos garantir que todos os outros elementos, como modelo de receita, também sejam sustentáveis para os investidores. Esse é o desafio", afirmou James.


A adaptação da equipe, que passou de uma operação de fábrica (Mercedes) para cliente (McLaren), não foi simples. A imposição do teto orçamentário frustrou membros da área de engenharia, que estavam acostumados em ter um maior controle sobre a parte de desenvolvimento técnico da equipe e passaram a trabalhar de acordo com o pacote da Nissan, fornecedora do trem de força.


Além disso, Zak Brown nunca escondeu o seu desejo de fazer um projeto sólido para o endurance e que o que faltava era a oportunidade certa.


Com as novas contratações que a equipe papaya vem fazendo, ao conseguir profissionais de alto nível de diversas categorias para o projeto, como no caso de James Barclay (que deixará a Jaguar após 12 anos de dedicação a marca), ficou mais do que evidente que o momento certo chegou e o foco da McLaren agora é outro.


James e Barnard junto com outros membros da McLaren durante o

E-Prix de Portland em 2024 (Foto: McLaren)


Apesar da movimentação de saída, um retorno não é descartado, uma vez que esse tipo de coisa é comum dentro da Fórmula E. Algumas equipes do grid são oriundas de operações anteriores.


Um exemplo é a DS Penske. Anteriormente, a DS tinha uma parceria técnica com a Techeetah e ambas competiram juntas até a Techeetah deixar o grid após o término do contrato com a DS, que fechou parceria com a Penske para o Gen3.


A Maserati é outra equipe que herdou a operação da Venturi em Mônaco e que na próxima geração também deve ser repaginada com outro nome por alguma marca do grupo Stellantis.


A própria Mercedes, que saiu da Fórmula E em 2022 e teve a operação assumida pela McLaren em 2023, está em conversas com a Mahindra para uma parceria técnica a partir do Gen4. Inclusive, diversos funcionários da Mercedes foram contratados para trabalhar na parte técnica e de desenvolvimento da equipe indiana em 2025.


Isso também acende uma luz sobre a Mahindra ter oferecido uma vaga para Nyck de Vries — quando ele retornou a categoria elétrica e o mesmo ter aceitado — em um momento que os indianos amargavam a penúltima colocação no campeonato.

De Vries tem uma forte ligação com a Mercedes e essa possível contribuição dos alemães na parte técnica durante a transição do Gen3 para o Gen4 pode ter sido um grande diferencial na sua decisão de aceitar a oferta.


A realidade é que a Fórmula E é um campeonato em constante mudança, ainda mais com tantas coisas para serem exploradas no mercado elétrico. Já há previsão de alterações na parte aerodinâmica dos carros e até novas oportunidades para desenvolvimento tecnológico nas próximas gerações, o que pode trazer de volta marcas que saíram e atrair novos interessados.


Por muitos anos, a McLaren foi responsável por desenvolver as baterias da Fórmula E e só deixaram a posição quando entraram no grid como equipe.


Mesmo com as mudanças para o próximo ano, a divisão elétrica da McLaren segue existindo, o que deixa no ar que apesar da saída, a porta para um futuro retorno permanece aberta.

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