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Beatriz Barbosa

Lucas Di Grassi fala sobre o seu retorno para a ABT

Depois de duas temporadas em outras equipes, o brasileiro está de volta para onde viveu os melhores momentos de sua carreira e o foco é colocar a ABT de volta no topo



A notícia de que Lucas di Grassi está retornando para a ABT, veio a público poucos dias depois da confirmação de sua saída da Mahindra. O piloto de 39 anos se juntará a Nico Müller - que vai para o seu segundo ano com a equipe alemã - para dar continuidade no projeto de recuperação da ABT, que apesar de usar o trem de força da equipe indiana, tem planos maiores a partir de 2025.


Antes de voltar para a sua antiga casa, o brasileiro correu pela Venturi em 2022 ao lado de Edoardo Mortara e depois competiu pela Mahindra em 2023 ao lado de Oliver Rowland - e posteriormente Roberto Merhi.


“É ótimo estar de volta à ABT. Não só ganhei o meu título com eles, como também guardo inúmeras lembranças com todas as pessoas que fazem parte da equipe. É emocionante retornar depois de dois anos afastado e estou muito ansioso para trabalharmos juntos de novo. Faremos tudo que estiver ao nosso alcance para obter os resultados que essa equipe merece”, disse.


Durante os anos de parceria entre a Audi e a ABT, o piloto brasileiro conseguiu grandes resultados, sendo o maior deles o seu título na terceira temporada da Fórmula E em 2017 e o campeonato por equipes em 2018.


A ABT foi a primeira equipe alemã a ingressar no campeonato elétrico e após ficar afastada por um ano - devido a saída da Audi - retornou em 2023 tendo o suporte da CUPRA.


“Sabemos o desafio que é bater de frente com as outras equipes de renome do grid, por isso, a experiência, a paixão e o conhecimento técnico que o Lucas possui é de grande importância. Ele é o homem perfeito para o futuro que queremos construir”, disse Thomas Biermaier, CEO e chefe de equipe da ABT.


Lucas di Grassi e Nico Müller serão companheiros na 10ª temporada

da Fórmula E (reprodução: Instagram/Nico Müller)


A esperança de sucesso na próxima temporada é limitada. A equipe utiliza o trem de força da Mahindra, desenvolvido pela ZF Friedrichshafen e com o que foi apresentado ao longo da 9ª temporada, ficou claro que esse é o motor mais fraco entre todas as equipes fabricantes.


Sabendo que devido às regras há um congelamento de uma temporada para outra, porque ciclo de homologação da Fórmula E é de dois anos, a ideia da ABT CUPRA é preparar o terreno para 2025, onde rumores indicam que a partir da 11ª temporada eles podem investir em seu próprio trem de força ou até mesmo se tornar cliente de alguma outra fabricante como a Porsche.


Por mais que o momento atual seja bem distante da era de glória vivenciada pela equipe alemã no passado, a ABT apresentou ao longo da temporada de 2023 uma evolução que a dona do equipamento não conseguiu. A ABT parece estar mais organizada e estruturada do que a Mahindra e isso se prova nos resultados conquistados por Nico Müller nas últimas rodadas do campeonato deste ano.


Na pré-temporada que acontece em outubro de 2023, Lucas di Grassi se junta a Müller para dar início aos trabalhos com foco em 2024. E como foi bem pontuado por Biermaier, o currículo do brasileiro dentro da Fórmula E fala por si só.


Lucas di Grassi possui o maior número de troféus entre todos os pilotos da categoria, com um total de 40. Ele possui o maior número de vitórias (13) e o maior número de voltas rápidas (12). Ele também conseguiu a proeza de subir ao pódio pelo menos uma vez em todas as temporadas que participou.


Muito se fala sobre como 2025 será um ano chave para diversas equipes da Fórmula E, pois será um momento de mudanças e de novas apostas com o Gen3 atingindo o pico de seu desenvolvimento.


Se a ABT tem como o seu principal objetivo retornar para o topo da tabela, ter o piloto brasileiro como um dos pilares desse projeto parece ser a escolha certa.

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