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Foto do escritorSonia Cury

Nissan está em busca de opções para substituir Sacha Fenestraz

Apesar da Nissan nutrir um grande carinho por Fenestraz, a falta de bons resultados pode custar a vaga dele na equipe. Em recentes declarações, Sacha revelou que perdeu a confiança em si mesmo.



A Nissan está buscando alternativas que possam substituir o piloto franco-argentino, Sacha Fenestraz, após uma temporada muito abaixo do esperado e com uma diferença enorme entre ele e seu companheiro de equipe, Oliver Rowland.


No campeonato de pilotos, Rowland se encontra em quinto lugar com 131 pontos - sendo que ele ficou de fora da rodada dupla em Portland devido a problemas de saúde -, enquanto que Fenestraz marcou 105 pontos a menos, com um total de 26 pontos e amargando um 16º lugar na competição.


O baixo desempenho de Sacha ficou ainda mais evidente, após o desempenho do brasileiro Caio Collet, que entrou de última hora para substituir Oliver na etapa norte-americana e se saiu melhor do que o piloto do carro 23 nos dois dias. O brasileiro foi convocado tardiamente e não teve tempo de treinar no simulador, diferente de Fenestraz que pode se preparar previamente por dias para a corrida em Portland.


"Eu venho pensando sobre isso (desempenho) e eu estou tentando muitas coisas diferentes. Estou me dedicando mais na preparação para as pistas, estou fazendo tudo o que eu posso para resolver, mas não está dando certo", desabafou Sacha.


Fenestraz estreou pela Nissan na 9ª temporada em 2023 e mesmo com as dificuldades esperadas de um novato na categoria elétrica, ele conseguiu surpreender conquistando a pole position em mais de uma ocasião. Além disso, por ser o começo da era Gen3, muita coisa era novidade para todo mundo e o piloto da Nissan teve um tempo limitado com o Gen2, portanto, muita coisa ainda tinha que ser lapidada.


Agora em seu segundo ano como titular, é natural que se espere uma evolução do piloto e que ele consiga apresentar resultados melhores do que no ano anterior.


Não se trata de conseguir pódios seguidos e vitórias, mas sim, conseguir extrair o melhor dentro de suas próprias limitações de maneira que possa ajudar a equipe. Entretanto, o franco-argentino parece perdido e Oliver Rowland está em um momento iluminado onde vem apresentando um desempenho que não era esperado por ninguém antes da temporada começar.


Sacha no box da Nissan alinhando estratégias

com os engenheiros (foto: Nismo)


"Eu nunca, nunca vou desistir. Não é como se eu estivesse sentado em casa sem fazer nada. Eu estou trabalhando no que eu posso para melhorar, eu estou tentando e simplesmente as coisas não estão se encaixando. Eu acho que perdi a confiança em mim mesmo", disse.


Fenestraz sabe que esse é um momento crucial e que ele precisa dar a volta por cima em Londres. Recentes rumores envolvendo os bastidores da Fórmula E, apontam que a Nissan está checando a situação contratual de outros pilotos do grid em busca de uma possível substituição.


"Eu perdi muita fé no meu talento. Quando você duvida de si mesmo, você vai pra pista sem confiança e as coisas pioram. Esse campeonato é tudo muito próximo, desde a diferença de décimos (dentro da pista) até os pontos e isso não ajuda (mentalmente) em um momento assim", revelou.


A Nissan tem dado todo o apoio ao piloto, mas ele sabe que isso não pode durar para sempre. Na situação atual, se Sacha tivesse feito pelo menos 25 pontos a mais do que ele tem agora, a Nissan estaria em terceiro no campeonato por equipes e não em quinto. Algo que faz muita diferença, porque quanto mais alto, mais dinheiro de premiação a equipe recebe ao término da temporada.


"Essa é a pior temporada da minha carreira até agora. Eu sou muito autocrítico e essa é a minha perspectiva da minha temporada. Agora, eu preciso encontrar um jeito de sair desse buraco que eu estou no momento", disse.


A situação é delicada não só para o piloto, mas para o chefe de equipe, Tommaso Volpe e todos os responsáveis por tomarem as decisões difíceis. A Nissan tem um carinho gigantesco por Fenestraz, o que pode ser um problema, porque o franco-argentino era tudo o que a equipe queria.


A Nissan almejava um piloto rápido, jovem e carismático que pudesse trazer bons resultados para o time e elevasse o marketing com a sua simpatia notória com a imprensa e a forma em como lida com as redes sociais. Sacha Fenestraz era o encaixe perfeito para uma equipe que se encontra em uma crescente e com um projeto sólido para a retomada nas disputas por título na Fórmula E, além de ser um bom custo benefício por ter um dos salários mais baixos do grid.


Contudo, pensando na perspectiva da equipe como um todo e não somente de um único indivíduo, por mais amado que Fenestraz seja, os resultados são o ponto principal de qualquer time. A Nissan precisa avaliar a situação, ainda mais com a entrada do Gen3 Evo na próxima temporada e com todos podendo fazer alterações em seus trens de força.


"Ninguém tem bola de cristal, mas se o Sacha tivesse feito mais pontos, ele poderia estar dentro do Top 10 e a equipe poderia estar melhor no campeonato. Porém, ele também teve azar em alguns momentos, onde foi atingido por outros pilotos como foi com o Norman (em Berlim), então, não estamos olhando apenas para os números, mas eles são importantes", contou Volpe.


Fenestraz no E-Prix de Berlim (foto/reprodução: Nismo)


A etapa em Londres tem tudo para ser decisiva não só para aqueles que estão na briga pelo título, mas também para quem busca permanecer dentro do grid da Fórmula E.


A vaga de Fenestraz na Nissan é altamente cobiçada por outros nomes do grid e, talvez, devido a entrada do pacote do Gen3 Evo, a Nissan possa querer ir atrás de alguém com experiência.


A Nissan tem um acordo com o Rowland até o final da próxima temporada. Se foram em busca de alguém com vasta experiência, as opções ficam limitadas devido a pilotos que já renovaram com suas equipes ou que também competem na WEC - porque algumas equipes exigem em seus contratos prioridade a WEC - e a Nissan está em busca de quem pode se comprometer 100% com a equipe.


Vandoorne pareceu ser uma opção, mas rumores indicam que ele está em conversas iniciais com a Envision. Uma outra opção seria Robin Frijns, mas o mesmo possui um contrato complicado com a equipe que ele compete no Endurance, algo que pode desmotivar a Nissan.


Se ignorar a experiência dentro da categoria, um outro nome especulado é o de Jake Hughes. O britânico estreou como titular na categoria elétrica na temporada passada e o seu contrato com a McLaren se encerra ao final da temporada atual - mesmo caso de Fenestraz. Como a equipe papaya compete com o trem de força da Nissan, não seria difícil para Jake lidar com o carro da equipe.


Se as coisas com Hughes não deram certo, já que ele está sendo procurado por outras equipes, Caio Collet (reserva da equipe) pode ser alguém a ocupar a vaga, embora, ao que tudo indica não é a prioridade.


Obviamente outros nomes do grid estão sendo especulados e procurados, diversas conversas estão acontecendo, mas alguém que pode acabar retornando se nada se concretizar é o piloto Norman Nato, que possui ótima relação com a equipe. Todavia, acredita-se que esse seria um último recurso e que é mais fácil a Nissan manter o Sacha Fenestraz do que recontratar o Nato.


“Não tomamos uma decisão, mas o plano desde o começo sempre foi ter o Sacha crescendo conosco. No momento, não temos motivos para não pensar nisso, mas, ao mesmo tempo, vamos ver como será o desempenho nas últimas corridas. Sei que tem muitas movimentações de mercado acontecendo, mas tomaremos a nossa decisão no devido tempo e sempre pensando no que é melhor para a equipe", finalizou Volpe.

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