FORMULA E: DRIVER - Saiba tudo sobre a série documental do Prime Video
- Sonia Cury
- 2 de mai.
- 5 min de leitura
Série documental "Formula E: DRIVER" acompanha a trajetória de quatro pilotos da Fórmula E com drama real, emoção e histórias que vão além das pistas em uma produção de alto nível

A Fórmula E tentou vários documentários ao longo de seus 11 anos de existência, a mais conhecida foi a Formula E Unplugged, que inicialmente foi publicada no YouTube e depois passou para canais de TV ao redor do mundo e também era liberado no site e app da própria categoria, mas a série chegou ao fim após três temporadas.
Contudo, nesta sexta-feira (2), foi lançado globalmente no Prime Video a série documental Formula E: DRIVER produzida pela Astronaut Films, que acompanha de perto a trajetória de quatro pilotos do grid ao longo da temporada de 2024 da Fórmula E, sendo eles: Dan Ticktum, Mitch Evans, António Félix da Costa e Jake Dennis.
Apesar do foco narrativo nos quatro, os demais pilotos do grid também aparecem ao longo dos quatro episódios de 50 minutos de duração, que cobrem os principais acontecimentos da 10ª temporada.
O mais interessante da série é que nenhuma história foi distorcida, nenhuma rivalidade falsa foi criada, mantendo um aspecto genuíno que já vem desde a série Formula E Unplugged, porém, com um nível de produção superior.
Se uma segunda temporada for aprovada, ela poderá continuar acompanhando a jornada dos quatro pilotos ou adotar quatro nomes completamente diferentes. Para essa abordagem inicial, a seleção de Ticktum, Da Costa, Evans e Dennis é muito inteligente, pois gera uma dinâmica que te prende ao longo de cada episódio, onde acompanhamos as suas angústias e opiniões diretas sobre os acontecimentos.
O ápice no E-Prix de Londres fecha tudo de maneira emocionante. A corrida caótica mexeu com os nervos de todos que assistiram a etapa final, mas conferir de perto os bastidores deixa tudo ainda mais intenso, uma vez que as emoções estavam à flor da pele.
Abaixo segue uma descrição de cada episódio elaborada pelo Entre Fórmulas, para você saber um pouco mais dos acontecimentos que envolvem a série.
Formula E: Driver
Episódio 1
O episódio de abertura começa com uma apresentação breve dos quatro pilotos principais, antes de um flashback que relembra o fim da nona temporada e a conquista do título por Jake Dennis.
Na sequência, Dennis comenta o alívio por ter vencido o campeonato, já projetando a defesa do título e a chegada de mais um novo companheiro de equipe na Andretti. A conexão entre os dois surge de forma imediata, gerando uma cena divertida entre ambos.
Situação semelhante é mostrada com Mitch Evans e Nick Cassidy, cuja trajetória dos melhores amigos desde a infância até se tornarem colegas de equipe na Jaguar é relembrada, antes de a dupla ser mostrada atuando em conjunto em Diriyah.
Um dos destaques do episódio é a visita à casa de António Félix da Costa, com foco nas dificuldades enfrentadas por ele no início da temporada e no desgaste de sua relação com a Porsche.
O episódio passa pelas etapas da Cidade do México, Diriyah e São Paulo, com Dan Ticktum aparecendo apenas brevemente na introdução.
O que se destaca é o volume de imagens de arquivo e a forma como as emoções genuínas dos pilotos são rapidamente capturadas e exibidas.
Episódio 2
O segundo episódio é, sem exagero, um dos melhores da série. Logo nos minutos iniciais, Dan Ticktum rouba a cena com seu humor ácido. Ele é o centro das atenções com sua personalidade excêntrica e imprevisível.
O episódio mergulha em sua infância e nas dificuldades enfrentadas junto à equipe ERT, intercaladas por depoimentos emocionantes de seus familiares. Um dos momentos mais fortes é protagonizado por sua mãe, que se comove ao falar sobre os desafios enfrentados pelo filho nos últimos anos.
Enquanto isso, Da Costa também tem destaque, especialmente durante sua passagem por Tóquio, onde um diálogo tenso via rádio após perder o pódio revela o seu desgaste emocional. Em Misano, ele se mostra claramente incomodado ao ser pressionado sobre seu futuro.
A parte final do episódio carrega uma carga emocional intensa. A desclassificação de Da Costa e um acidente na corrida seguinte ampliam o retrato de sua temporada turbulenta.
Episódio 3
Mitch Evans volta a ser o foco, após sua quase completa ausência no segundo episódio.
A narrativa se concentra no E-Prix de Mônaco, destacando a vitória de Evans. Além disso, também é explorado as suas raízes familiares, com direito a imagens marcantes do grave acidente de seu pai em 1996, a mais de 300 km/h. Uma lembrança impactante que reforça o peso emocional da trajetória de Evans.
A presença da família é recorrente ao longo da série, mas neste episódio ela ganha ainda mais importância. Evans também compartilha sua frustração por ser constantemente retratado na Fórmula E como alguém que "chega perto, mas nunca leva".
Com a vitória em Mônaco encerrada, o foco muda para Jake Dennis e os desafios enfrentados em Berlim, onde ele deixa muito claro a sua insatisfação com o carro.
A relação próxima com seu engenheiro Sean McGill é mostrada como um ponto de apoio em meio às dificuldades.
Também é destacado um momento de conflito entre Dennis e Da Costa, sendo seguido por António conversando com o chefe da equipe Andretti, Roger Griffiths, nos boxes, enquanto analisam o incidente.
Mais uma vez, as emoções são o fio condutor da narrativa. Com passagens por Mônaco, Berlim e Xangai.
Episódio 4
O último episódio da temporada gira em torno das quatro corridas finais, com grande destaque para Nick Cassidy. O começo tem foco no desastroso desempenho da Jaguar na rodada dupla em Portland, marcada por um erro de Cassidy, que rodou enquanto liderava a poucos metros do fim da prova.
Também é mostrado a reação de Evans após receber uma penalização de cinco segundos — punição controversa que lhe custou uma vitória e que foi provocada por um erro do próprio companheiro de equipe.
Em paralelo, vemos um momento mais leve com Dan Ticktum refletindo sobre seu futuro enquanto compartilha uma pizza com Billy Monger.
A narrativa então avança para as duas corridas decisivas em Londres, capturando com intensidade a disputa do título pelo lado da Porsche e da Jaguar, especialmente entre Da Costa e Cassidy, o que torna ainda mais impactante quando lembramos o que aconteceu entre eles na corrida final.
A tensão da Jaguar com sua própria estratégia fica claro nos rádios da equipe, revelando um clima de puro desespero, que passa pela irritação de Cassidy com os engenheiros e atinge o pico no incidente entre Nick e António — o que leva a um abraço surpreendentemente emotivo entre os dois nos bastidores.
Enquanto de um lado é retratado a alegria de um Wehrlein consagrado como campeão mundial, do outro é mostrado as dores de quem chegou perto de conquistar o título e todas as consequências mentais e emocionais que surgem a partir disso.
A série encerra em alta e deixa no ar um gostinho de quero mais. O saldo da produção é bastante positivo e nos faz pensar em quantas histórias e enfoques ainda podem ser explorados em uma categoria tão intensa e competitiva quanto a Fórmula E.
Resta saber se o público vai abraçar a série, que tem potencial de retornar para uma segunda temporada, ainda mais por estar em uma plataforma de alcance global como a Prime Video.
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