Fenestraz e Brasil: uma relação de amor e falta de sorte
Sendo a única etapa na América do Sul, o E-Prix de São Paulo acaba sendo o mais próximo de casa que Sacha Fenestraz tem. Contudo, os resultados ainda não acompanham a empolgação do piloto franco-argentino
A estreia de Sacha Fenestraz na Fórmula E aconteceu de maneira inesperada. Reserva da Jaguar e Envision, o piloto fraco-argentino acompanhava a última etapa da temporada de 2022, quando foi abordado pela Dragon.
O piloto titular, Antonio Giovinazzi, havia fraturado o polegar na primeira corrida do fim de semana, o que afastou o italiano da prova final. Após ser liberado pelo seu time, Fenestraz assumiu o carro, estreando na FE após anos trabalhando como reserva e nos simuladores da categoria.
Na temporada seguinte, completou o pelotão, sendo anunciado como piloto titular da Nissan, parceria que segue em 2024. Como descrito por ele em diversos momentos ao longo da temporada passada, ele está “realizando um sonho correndo em um campeonato mundial”.
Quando contratado, a Nissan buscava um piloto jovem para seu projeto e acreditava que o momento certo de introduzi-lo na categoria seria na troca de geração dos carros, exatamente em 2023, quando o Gen3 entrou em ação.
Desde que chegou na categoria elétrica, Fenestraz conquistou muitos fãs. Certamente, um dos motivos foi a sua identificação com a Argentina e o desejo demonstrado de correr carregando a bandeira azul e branca.
Apesar de ter nascido na França, Sacha Fenestraz viveu boa parte de sua vida em Córdoba, na Argentina. O próprio se considera argentino e por isso busca meios de poder representar o país, o que marca o retorno de um argentino para um campeonato mundial de monopostos.
O desejo de representar a Argentina avançou, mesmo que não possa fazer de forma exclusiva. A Fórmula E aceita apenas a nacionalidade do passaporte do piloto, o que faz com que Sacha carregue tanto a bandeira francesa, como a argentina em seu carro.
Essa identificação com nossos vizinhos, faz com que o E-Prix de São Paulo seja a corrida de casa de Fenestraz, já que é a única prova na América do Sul. Porém, nas duas etapas realizadas no Brasil, o piloto de 24 anos não teve sorte.
Sacha Fenestraz no E-Prix de Diriyah 2024 (Foto: Sam Bagnall/Formula E)
Em 2023, na primeira edição da prova, não completou a corrida. Em 2024, apesar de ter cruzado a linha de chegada, terminou a corrida em décimo primeiro, muito próximo dos pontos, mas não o suficiente.
Após a corrida, o Entre Fórmulas conversou com o piloto e ao ser questionado sobre as dificuldades ao longo da prova, ele respondeu com o bom humor característico, que "tudo tornou a prova complicada". Desde o ritmo de seu carro até as fortes temperaturas da pista. Vale ressaltar que a prova aconteceu na tarde mais quente dos últimos anos em São Paulo.
Quando perguntado sobre a Nissan, o piloto ressaltou que as expectativas para a sequência do campeonato são positivas, uma vez que seu companheiro de equipe conseguiu dois pódios em sequência.
Na prova dois em Diriyah, Fenestraz chegou em sexto, mas no Brasil a sorte ainda não sorriu para o piloto que adotou a pista do Anhembi como casa.
"Sempre podemos evoluir, sempre há espaço para evolução. Nós conseguimos evoluir muito desde o último ano. Agora temos que focar nas próximas corridas, para não cometer erros e tentar pontuar em todas. Essa é a meta', afirmou.
Após o E-Prix de São Paulo, Sacha Fenestraz ocupa a décima quarta colocação do campeonato, somando oito pontos. A próxima corrida da Fórmula E acontece no dia 30 de março, na casa da Nissan, marcando a estreia do E-Prix de Tóquio no calendário.
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