ABT encerra parceria com a Mahindra; McLaren permanece com a Nissan
Visando a segunda parte do ciclo do Gen3, equipes da Fórmula E estão trabalhando no trem de força e revisando seus contratos

A temporada de 2024 da Fórmula E mal começou e algumas decisões importantes sobre a segunda parte do Gen3 já estão sendo tomadas.
Durante o E-Prix do México, a ABT anunciou a rescisão de seu contrato com a Mahindra Racing. Deste modo, a equipe alemã deverá ter um novo fornecedor de trem de força a partir de 2025.
Por conta de todos os problemas enfrentados em 2023 - como quando os carros da ABT e da Mahindra não puderam correr na Cidade do Cabo por uma falha técnica que afetou o trem de força, ou a falta de performance ao longo das corridas - conversas sobre uma alteração no fornecedor do trem de força da ABT vem ocorrendo desde o início da 9ª temporada.
Rumores apontavam que a CUPRA, patrocinadora e parceira da ABT, poderia assumir a parte técnica e elaborar o motor da equipe, contudo, devido a complexidade e o tempo que levariam para se organizar para isso, uma nova opção vem sendo apontada pela imprensa internacional: Porsche.
A Fórmula E não limita que uma equipe fabricante de powertrain possa ter mais de uma equipe cliente, portanto, nada impede que a ABT possa tentar contratar os serviços da compatriota.
O brasileiro Lucas di Grassi, piloto da ABT, comentou a respeito do rompimento com a Mahindra durante o final de semana de corrida no México e afirmou estar confiante em relação ao comprometimento da CUPRA em buscar algo melhor.
“O foco é trazer mais performance para a equipe e confio 100% na decisão que a ABT tomará para escolher o melhor trem de força. Esses motores são muito complexos e levam anos para serem desenvolvidos. Um dos problemas que tivemos com a Mahindra é que Dilbagh Gill (ex-diretor da equipe Mahindra) saiu e estávamos atrasados com as peças.”
Ainda não há informações concretas sobre qual será a decisão da ABT, mas acredita-se que a escolha do novo fornecedor será revelado na reta final do campeonato.

McLaren durante a classificação do E-Prix de Diriyah de 2024
(Foto: Formula E/Andrew Ferraro)
Enquanto que a ABT certamente mudará de trem de força para o Gen3 Evo (também chamado de Gen 3.5), outras equipes permanecerão dentro de seus contratos até o final do Gen3, como é o caso da McLaren.
A equipe papaya que ingressou no grid em 2023, firmou uma parceria com a Nissan nesse início de trajetória na Fórmula E e mesmo que o trem de força da equipe japonesa não seja o melhor do grid, a relação entre ambas as partes parece funcionar muito bem.
O contrato firmado entre McLaren e Nissan foi pensado para todo o ciclo de vida do Gen3, porém, há cláusulas que permitem que a McLaren faça o rompimento se assim achar necessário.
A parceria trouxe bons resultados para as duas equipes em 2023, onde conquistaram pole position e até mesmo pódios. Mas há uma frustração por parte da Nissan, devido ao projeto que eles elaboraram pensando no Gen3. A ideia era tão promissora, que desde os primeiros testes de desenvolvimento de software, o trem de força da Nissan era apontado como uma das possíveis principais forças dessa nova fase da categoria elétrica ao lado da Porsche.
Infelizmente, isso não se refletiu na pista e por diversas vezes a equipe encontrou dificuldades em fazer o trem de força se encaixar com todo o setup do carro.
Apesar do ritmo forte em volta lançada, se manter nas disputas de posição ao longo das corridas é um desafio que sempre acaba exigindo muito do carro, fazendo com que se gaste muito mais energia do que o ideal.
Entretanto, o trem de força já apresentou alguns vislumbres do que ele pode ser e, talvez, com os ajustes certos tanto Nissan, quanto McLaren possam obter resultados ainda mais satisfatórios a partir de 2025.
Em relação às outras equipes do grid, o que se sabe é que a Envision deve seguir firme na parceria com a Jaguar. O mesmo vale para a Andretti que manterá o seu vínculo com a Porsche mesmo com algumas desavenças que ocorreram em 2023 relacionadas a tomadas de decisão durante as corridas.
A Maserati também deve prosseguir com o trem de força da DS, que não é a mesma versão usada pela equipe DS Penske, já que a equipe tridente tem autonomia diante de seu motor.
De incerteza, fica o destino da fabricante NIO 333 que é responsável pelo trem de força da equipe ERT, que até o ano passado se chamava NIO, mas devido a mudanças internas e razões de marketing teve o nome alterado para Electric Racing Team com o objetivo de angariar novos patrocinadores.
Dificilmente a equipe anglo-chinesa deixará de ser fabricante dentro da Fórmula E, mas mudanças de parceria técnica podem ocorrer no Gen4 para colocar a equipe de volta como uma força que pode brigar por coisas maiores dentro da categoria como nos tempos do Gen1.
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