Fórmula E cancela planos de incluir salário dos pilotos em teto orçamentário
O limite de custos da Fórmula E entrou em vigor no Gen3, mas diferente do plano original, só impacta equipes e fabricantes
Por determinação da FIA, diversas categorias estão começando a ter um teto orçamentário para tornar as disputas entre as equipes mais justas, além de criar um sistema financeiro mais saudável. A Fórmula E passou a aplicar essa regra com a chegada do Gen3.
Quando o teto orçamentário foi elaborado em 2022, muitos contratos de pilotos para o Gen3 já haviam sido negociados e assinados, portanto, para evitar transtornos foi decidido que a inclusão do salário de pilotos dentro dos gastos seria feito apenas a partir do Gen4 em 2027.
Inicialmente, o plano era que os salários fossem incluídos dentro do teto de gastos entre a temporada de 2024 e 2025, sendo que a FIA chegou a cogitar a ideia de aumentar o limite de 13 milhões de euros para 15 milhões de euros para poder encaixar o pagamento dos pilotos na lista, mas rapidamente isso foi descartado.
Um dos motivos da desistência se deve ao fato de que isso impede uma equipe de tentar contratar os maiores nomes do grid que integram um outro time por conta do valor desse piloto e das regras do próprio regulamento. Mesmo que algum patrocinador esteja disposto a contribuir com o valor, as equipes não tem permissão para usar dinheiro extra para essa finalidade.
O chefe de equipe da Andretti, Roger Griffiths, falou sobre o caso e afirmou que tentar entender todos os lados é complicado.
“Existem muitas fontes de renda para os pilotos. Seja por meio do salário regular que eles recebem, por meio de contratos publicitários, ao serem embaixadores de uma marca, assim como outras possibilidades.”
Griffiths completou o seu raciocínio dizendo que tudo está muito no começo e entender o que vale a pena ser inserido no limite de custos pode levar tempo.
“Ainda estamos trabalhando para descobrir a melhor forma de lidar com isso. Primeiro precisamos ver os dados obtidos de uma ou duas temporadas e nos acostumar a trabalhar tendo um teto orçamentário, só assim dá para fazer uma avaliação mais concreta de como deixar todos os pontos alinhados”, disse.
O regulamento do limite de custos possui uma primeira versão extensa que foi amplamente discutida com as equipes, porém, muitos pilotos e seus agentes protestaram contra para impedir a introdução. Como consequência, a Fórmula E recuou, já que de fato ainda há diversos pontos a serem ajustados, mas isso deve mudar no futuro.
Sylvain Filippi, chefe de equipe da Envision, comentou que o adiamento foi uma decisão sábia, uma vez que o projeto ainda caminha em passos curtos, contudo, assim como diversos membros do grid, ele acredita que a inclusão do salário dos pilotos nesse limite financeiro será inevitável.
“Eu acredito que vai acontecer, mas antes de se preocupar com isso, o importante é entender esse teto, deixar todas as pontas soltas do regulamento amarradas e, acima de tudo, precisamos ter certeza de que exploramos todo o limite destinado para as equipes. Após isso, poderemos pensar em incluir o salário dos pilotos no meio de toda essa complexidade”, finalizou.
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