CEO da Fórmula E, Alberto Longo, comenta sobre corrida no Brasil, pit stop e aumento do calendário
Em coletiva com jornalistas brasileiros, Alberto Longo, comentou sobre as expectativas com a corrida em São Paulo e o futuro da categoria

Nesta quinta-feira (16), o Entre Fórmulas teve a oportunidade de participar de uma coletiva de imprensa com Alberto Longo, CEO da Fórmula E, onde foi falado sobre o E-Prix de São Paulo, a introdução do pit stop com recarga rápida e as metas da categoria em termos de ampliação de calendário para os próximos anos.
A Fórmula E vai acelerar no Brasil pela primeira vez no dia 25 de março e toda a estrutura para o evento está sendo montada. Na semana passada, ocorreu uma visita técnica no Sambódromo do Anhembi onde foi revelado a retirada da chicane na reta do sambódromo - fazendo com que o Brasil tenha a pista com a maior reta da Fórmula E -, além dos serviços que estarão disponíveis para o público e o impacto positivo na economia da cidade.
Alberto Longo comentou sobre as expectativas em cima do evento e todo o apoio que a categoria vem recebendo.
“Estamos muito contentes de poder correr no Brasil, foram mais de 7 anos lutando por isso e em uma semana vamos fazer história. Estou acompanhando a organização e os feedbacks tem sido bastante positivos, além disso, estou tendo todo o apoio do prefeito de São Paulo e a sua equipe, que estão nos ajudando na realização da corrida. Tem um time envolvido que já está acostumado com eventos desse porte em São Paulo e que sabem do prazo curto para a organização de toda a estrutura e estamos muito satisfeitos.”
O contrato que a Fórmula E firmou com a cidade de São Paulo é de 5 anos, com isso, é esperado que até 2027 tenhamos corridas na capital paulista e mesmo que o E-Prix ainda não tenha acontecido, já se questiona sobre as chances do Brasil ter uma rodada dupla como acontece em alguns dos outros países que sediam a categoria elétrica.
“Temos muitos planos para o futuro em relação a São Paulo, mas antes precisamos ver como vai ser a primeira corrida em nível de êxito. Também temos que verificar como será o desempenho na pista e se será necessário efetuar mudanças, a partir disso, podemos analisar. Mas o objetivo da Fórmula E é ser mais global e chegar em mais países. Apesar de termos rodadas duplas, é uma tendência que elas sumam com o passar dos anos e que tenhamos mais eventos únicos”, explicou o CEO.

Etapa da Fórmula E em Hyderabad, Índia (foto: Formula E)
O Entre Fórmulas questionou Longo, em relação ao pit stop que a Fórmula E pretende acrescentar em suas futuras corridas, atualmente chamado de Attack Charge, que funciona como uma recarga rápida onde uma certa quantidade de energia pré-estabelecida será colocada nos carros, o que pode mexer com a estratégia das equipes e a dinâmica das corridas.
O plano inicial era que isso fosse lançado na temporada de 2023, mas devido as mudanças com o início de uma geração nova, além de problemas com o fornecimento de materiais necessários, o desenvolvimento do Attack Charge e os testes ficaram atrasados.
“Devido a mudança de fornecedor e os problemas que o mundo vem enfrentando recentemente (como a pandemia de Covid-19 e guerras), atrasou um pouco na produção e entrega de alguns componentes. Ainda não podemos falar detalhes, mas irá acontecer, não sei se vai ser esse ano na etapa de Jakarta, Portland, Roma ou até mesmo na etapa final em Londres. Porém, estamos verificando essa parte e dependemos da finalização da produção de alguns componentes. Porém, devido a todo o atraso, eu não posso dizer quando será lançado, espero que seja logo, mas temos 100% de certeza que a recarga rápida estará presente na décima temporada”, contou Alberto, parecendo bastante otimista com a nova tecnologia a ser implementada.
Ainda dentro do tópico de futuro da Fórmula E, o Entre Fórmulas perguntou sobre a expansão do calendário de corridas, porque com o crescimento da categoria ao redor do mundo, é esperado que o campeonato tenha uma durabilidade anual maior e há espaço para isso sem que haja uma sequência cansativa de etapas em todos os finais de semana. Ainda mais com a preocupação da categoria com as questões de sustentabilidade, onde não se tornaria viável lotar a agenda com muitos E-Prix seguidos.
Alberto Longo contou que o objetivo com o Gen3, é que durante o seu tempo de atividade, a Fórmula E tenha no máximo 18 corridas no calendário. A partir do Gen4, esse número deve ser expandido para 22 corridas.
“A ideia era que nessa temporada fossem 17 corridas, mas uma foi cancelada. No próximo ano, a meta é termos corrida em duas cidades novas, mas isso não vai alterar a quantidade máxima de 18 rodadas que já foram estabelecidas. No Gen4, o objetivo é termos 22 corridas, mantendo essa mistura de rodadas únicas e rodadas duplas”, finaliza.
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